quinta-feira, 10 de maio de 2012

ENTREVISTA

Por:www.wix.com/ecsantahelenadf/df Entrevista com Diggisilva, uma pessoa criativa, curiosa e pesquisadora, no ramo da arte digital.

Uma pequena apresentação: Como apresentado em seu profile, o seu nome é Dayselúcide Silva e, por dedução, creio que o nickname surgiu de seu sobrenome, correto?

Sim é correto, o meu nickname surgiu do apelido que recebi na infância, uma vez da polêmica do meu nome. Mas logo vi que poderia ser bom para diferenciar e evitar confusões com outros nomes na internet. Além do mais, sou do Rio de Janeiro e o que eu faço profissionalmente nada tem a ver com fotografia! Sou professora e tive a oportunidade ímpar em descobrir a arte digital como meio de expressão do mundo moderno, algo que eu fazia apenas escrevendo.

Diggi, como foi seu primeiro contato com a fotografia? Qual foi o, digamos ponto chave, ou estopim para sua paixão pela arte digital?

Na verdade, eu nunca fui uma apaixonada pela fotografia, sobretudo as colorida e as quais eu estava inserida. Aprendi a gostar de fotografia, quando comecei a viajar sozinha. Mas, antes disto, eu sempre me colocava à disposição para fazer as fotos e gostava de manusear a câmera, mas nunca havia me ocorrido que eu poderia fazer arte com ela. Adquiri a minha primeira câmera digital e comecei a experimentar com ela, e acabei por me aventurar em fazer fotos de coisas a minha volta com certa irreverência. Mas o que despertou mesmo essa paixão foi ter visitado uma exposição de um artista na Fundação Serralves em Portugal ( na foto um mendigo olhava a vitine com dois porches, e mostrava sua indiferença com um gesto abusivo) ( riso) Nunca mais larguei a câmera e estando sempre com ela, eu tinha a possibilidade de fotografar a qualquer hora sem muito esforço, e eu acabo assim por produzir centenas de imagens de coisas corriqueiras e cotidianas que eu encontro pela frente. A partir daí, comecei a ler sobre arte digital e tentei experimentar alguns recursos de softwares em imagens, até que surgiu uma oportunidade, pouco mais cinco anos, de apresentar em um site a leitura de projetos numa visão pedagógica como bloquista e para tanto, a foto deveria dizer antes, bem mais que as palavras. Assim, além de fazer a leitura pedagógica, eu era também a fotógrafa em busca incessante por melhorar e evoluir e, é claro, até hoje continuo nessa busca. Aprendi a fazer arte e me expressar por meio de imagens.

Diggi, como se realiza seu processo criativo? Você planeja sua foto por algum tempo ou apenas tem momentos de inspiração?

Bem, o meu trabalho como um todo, percebe-se que os meus gêneros de fotografia são: conceitual e “Street”. Nesse tipo de fotografia artística existe todo um processo de produção visando atingir os objetivos inicialmente concebidos a partir de uma ideia. Na “Street”, não existe nenhum planejamento prévio para fazê-las, e elas nada mais são do que “momentos” do cotidiano. O requisito para esse tipo de foto é que ela seja espontânea. Com relação às minhas fotografias conceituais o processo criativo é um mais complexo. Em geral, procuro me expressar transformando minhas imagens em ideias, e elas pretendem ser mais do que esteticamente prazerosas em sua composição, para serem, um veículo de transmissão de conceitos e expressão. Muitas vezes, eu repito todo o processo várias vezes e faço um comparativo da linguagem que elas expressam, para então fazer o produto final.

Diggi como é esse seu momento de criação propriamente visto por você?

Na verdade, o momento de criação começa na observação da imagem que capto e então vou desenvolvendo minhas ideias acerca de algo que quero explorar, e usando a filtragem de alguns softwares para resumi-las em uma única imagem, ou em uma série. As séries me atraem, pois mostram um caminhar na minha linguagem. Anoto os meus pensamentos e vou juntando e pensando em maneiras visuais de expressá-las, para então concluí-las como fotos. Prefiro fazer esse tipo de foto em ambientes tranquilo com música, e simplificar ao máximo os elementos através de uma linguagem visual bastante direta para deixar evidente o conceito da foto. Trabalho com esse processo normalmente à noite, pois me sinto mais criativa. É como se eu carregasse minha bateria criativa com as imagens e reflexões durante o dia e deixasse a arte trabalhar à noite.

Diggi, tecnicamente, como você realiza o tratamento de suas fotos? Quais softwares e técnicas você utiliza?

Eu utilizo o PhotoFiltre para os ajustes mais básicos como nitidez, contraste, exposição e balanço de branco e preto. O IrfanView é o intermédio, nele faço a conversão para jpg e vou para a segunda etapa da edição, no freephotogif , faço basicamente o tratamento de cores e grandes ajustes, vou anotando tudo até estar pronta a foto final. Mas é oportuno dizer que uma grande foto é identificável logo após o clique, na própria câmera.Essas sim, produzem um efeito motivador na arte que desenvolvo.Isto não quer dizer que não utilize fotos de terceiros. Em alguns casos, como o trabalho que apresentei no facebook, busquei uma imagem da web ( livre).Esse cuidado é importante.Um recurso muito incrível está à disposição pelo paikopaint, mas os trabalhos ficam limitados ao espaço de hospedagem dos idealizadores.

Diggi, você poderia nos dizer quais equipamentos você utiliza?

A arte digital é originalmente criada através do uso de programas digitais em um computador com uma caneta e tablet e/ou mouse.Trabalho muitas vezes com a caneta “Magalhães” da tsunami, pois dá uma mobilidade maior em meus movimetos. Para trabalhar melhor algumas imagens, utilizo o computador Apple Macintosh que foi o primeiro computador pessoal a popularizar a interface gráfica. E trabalhar nele é estimulante.São bons os softwares. Mas alguns dos recursos são mais propícios à utilização do sistema operacional Windows, pela oportunidade de recursos freewares em seus softwares.

Diggi, suas fotos conseguiram facilmente chamar a atenção. Para você, Dayse, qual o diferencial da sua arte?

Olha fiquei surpresa por ter conseguido chamar a atenção de alguns trabalhos, sobretudo, os que exploram questões polêmicas, como violência da mulher e do povo indígena .Experimentei colocar um dos meus trabalhos no facebook e obtive uma resposta muito significativa, pois acabaram por promover uma discussão. Claro que o próprio ambiente onde a coloquei já favorece o comentário e a resposta deste. Acho que o meu trabalho ainda é algo comum, mas pretendo consegui desenvolver um estilo muito próprio, e talvez seja a interconexão das imagens e das idéias o que mais chamam a atenção.

Diggi, em seu processo criativo há uma busca a causar impacto, ou as discussões como a que você comentou?

Sempre busquei criar imagens de impacto e que pudessem serem lidas , ou seja , que o observador imediatamente pudesse identificar o que está vendo sem muito esforço. Além disso, procuro criar as imagens de forma impessoal. Essa impessoalidade por vezes cria uma aura de mistério, e sempre existe um enigma a ser desvendado, e acredito que isso também contribua para que as pessoas se interessem pelo meu trabalho, no sentido simples da expressão que “diacho esta pessoa quis mostrar”. (risos) Em suma, busco criar imagens que toquem em temas sobre a diversidade, a partir das quais qualquer pessoa consiga criar um vínculo com o que está sendo mostrado. Encaro-as como obras de arte e as faço para serem apreciadas e comentadas. Adoro o processo final do comentário.

Diggi, Você possui algum artista a quem aprecie e se identifique?

Bem na verdade, eu amo as obras de Gustav Kimt , e acredito que se ele tivesse uma câmera digital nas mãos, ainda assim o trabalho dele seria aquele. Fantástico. Uma explosão de movimentos, recursos , cores...Enfim, uma arte sem igual.

Diggi em seu processo criativo há uma tendência em desenvolver um tema ? O que você pretende passar através da sua arte? Há algum objetivo maior por trás de algumas fotos?

Bem, através da minha arte, procuro me expressar e utilizá-la como uma via de escape do cotidiano. Uma espécie de grito à realidade, ou impacto visual. As imagens refletem as minhas ideias, visões de mundo e curiosidades deste. Acho importante fazer arte não só por fazer, mas para transmitir alguma coisa e despertar sentimentos nas pessoas. Fotografia conceitual, como o próprio nome explica, é o gênero de fotografia onde o fotógrafo parte de uma situação pré-definida para transmitir uma ideia. Normalmente, pelo conjunto dos elementos busca uma reflexão sobre o tema abordado. Nesse tipo de fotografia artística existe todo um processo de produção visando atingir os objetivos inicialmente concebidos a partir de uma ideia, daí o “rótulo” conceitual.

Diggi, seu trabalho ficará em exposição em um site hospedeiro, seus visitantes terão a chance de comentar?

Não só terão a chance, como o produto final de meu trabalho provoca um comentário.

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